21
Jan20
GEOPOLÍTICA
Talis Andrade
De quarentena os poetas
que dedilham as cordas do lirismo
poetas anêmicos doentios
chorando nos bares
as pobres rimas
chorando e gemendo as dores
de sifilíticos amores
Degrada de tua porta
os poetas os profetas
semeadores dos vírus
subversivos
Queima os livros
que te desagradam
e degradam a pureza
o idealismo dos jovens
Fecha os jornais
nanicos e derrotistas
Leva à execração pública
todos os artistas
efeminadas criaturas
incuráveis parasitas
incapazes de ações guerreiras
incapazes de atos heroicos
indignos de vislumbrarem
mil anos de Reich
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Ilustração Predrag Srbljanin