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Mai18
Napoleão Bonaparte. A marcha fúnebre (ato 8)
Talis Andrade
No cruel desterro
destes mares
a carne dilacerada
as feridas sangrando
revejo os cadáveres
que alicerçaram
minha passagem
Meu espectro passeia
por fileiras e fileiras
de corpos enterrados
nas encruzilhadas
de corpos abandonados
nos campos nevados
Na lenta agonia
da cruentação
revejo os corpos
dos meus soldados
A carne podre
estrume
adubo da terra
outros soldados
repisarão
Funéreo destino
dos exércitos
marcharem
sobre pilhas
de cadáveres
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A Retirada de Napoleão de Moscou por
Adolph Northen, 1860